Consideradas milagrosas, as dietas detox são exaustivamente recomendadas no final do ano, para nos livramos dos excessos da ceia. Apesar de sua ampla divulgação midiática, esse tipo de programa de emagrecimento também tem seus riscos, alerta o gastroenterologista Douglas Carignani, que também é nutrólogo.
Apesar de ser disseminada pela mídia como sinônimo de emagrecimento, saúde e estratégia de limpeza das toxinas do corpo, faltam evidências científicas que amparam a utilização de dietas “detox” ou desintoxicantes”.
Douglas Carignani respondeu algumas dúvidas sobre o tema:
A detoxificação é um processo para retirar do organismo produtos tóxicos como álcool, drogas ilícitas e milhares de produtos químicos , exógenos (de origem externa ao nosso organismo) ou endógenos (produzidos pelo próprio organismo), capazes de causar algum dano ao organismo. Há comprovação científica, mas alguns produtos são difíceis de serem removidos por tratarem-se de metais pesados. O que mais importa nas dietas detox de final de ano estão relacionadas a eliminar o excesso de comida gordurosa, bebidas alcoólicas e energéticos que sobrecarregam, princialmente, o fígado. Devemos ter em mente que o dano ao organismo sempre deixará alguma marca, alguma cicatriz. Em tratando-se do fígado, a cada excesso ele sofrerá um pouco e, mesmo após períodos de calmaria e dieta adequada, ele nunca sairá ileso, ele sairá sempre com um pequeno grau de dano.
Todo excesso leva a um dano, sempre haverá um preço a pagar! Então, pensando no fígado, o órgão que mais sofre com os excessos e com as dietas, imagine a semana de festas com muita comida gordurosa, bebedeira, energéticos e tantas outras coisas…O órgão que depura a maior parte de tudo isso é o fígado. As dietas detox, de maneira geral, são muito restritivas num momento em que o fígado necessita de muitos nutrientes para equilibrar o meio interno e reparar danos. Dai você decide por uma dieta à base de chá de gengibre, como já vi muita gente fazer?!?! São poucos nutrientes e podem levar a uma sobrecarga do fígado, podendo desenvolver uma hepatite pelo excesso de substâncias contidas no gengibre e que desencadear uma reação hepatotóxica.
Para evitar o inchaço é preciso, durante a ceia, ingerir grande quantidade de água. Para depois da ceia, continuar ingerindo água, preferencialmente acrescentando rodelas de limão ou folhas de hortelã, à jarra de água. Pode-se, ainda, tomar pequenas quantidades de chá verde, sempre com bastante água, ou seja, chá verde bem diluído.
Existem alimentos que eliminam uma parte das impurezas do fígado e restabelecem seu bom funcionamento, como couve-flor, couve-manteiga, brócolis, couve-de-bruxelas, mostarda, nabo, agrião, rabanete, rábano, rúcula, além de uma dieta rica em fibras insolúveis.
As dietas radicais, muitas vezes, são pobres em nutrientes, levando a desequilíbrio nutricional. Pode acontecer, ainda, de se usar grandes quantidades de um determinado alimento que, devido a sua grande concentração no organismo, pode sobrecarregá-lo e agir de maneira a causar mais prejuízo do que benefício, principalmente ao fígado.
O principal cuidado é a moderação. Sem abusos e ingerir bastante líquido e fibras para depurar qualquer substância nociva ao nosso organismo
O uso abusivo de bebidas alcoólicas cria uma alteração no fígado como uma espécie de irritação, o que deixa seu funcionamento temporariamente prejudicado, dificultando a depuração e metabolização do próprio álcool e dos alimentos ingeridos concomitantemente, levando a uma retenção de líquidos e toxinas.
Desjejum
Colação/ intervalo
Almoço
Lanche da tarde
Jantar
Ceia
Da Redação, com Assessorias